sábado, 5 de fevereiro de 2011

d) Está Escrito


Como um garçom de 18 anos que passou toda sua vida às margens da sociedade indiana consegue acertar doze perguntas em um programa de TV tornando-se um bilionário da noite para o dia? Foi por isso que Ram Mohammad Thomas foi preso: a polícia e a produção do programa “Sua Resposta Vale um Bilhão” – que dá título ao livro – suspeitam que o jovem tenha trapaceado. Quando surge do nada uma amistosa advogada ele conta a sua história, a de como soube responder cada uma das perguntas que o tornou um bilionário.
O livro deu origem ao filme “Quem Quer Ser um Milionário?”, o grande vencedor do Oscar 2009. Entretanto, não se pode dizer que o filme é uma adaptação do livro, eles apenas têm a ideia em comum de um garoto indiano pobre que consegue vencer em um programa televisivo de perguntas e respostas. O filme serviu mais para mostrar os aspectos sociais da Índia tendo como um fator importante o romance entre a mocinha e o personagem principal: Jamal Malik.
O longa cumpriu o seu papel, foi um grande sucesso, não se pode negar. Mas as pessoas deveriam conferir o livro que tem uma história muito mais complexa, focando nas reviravoltas da vida do protagonista e em como ele dribla seus incessantes desafios. Diferentemente do filme, é uma história pesada que envolve sexo, incesto, homossexualismo, prostituição e violência. O romance e o filme são, no final das contas, duas histórias completamente diferentes, mas vale a pena conferir ambas. Quanto a pergunta que deu início a este artigo, o livro e o longa podem dar a mesma resposta: “Está escrito”.

domingo, 30 de janeiro de 2011

A "Heroína"

Não, o livro em questão não possui nenhuma personagem que seja digna de ser chamada de heroína. Pelo contrário, a heroína em questão foi a grande vilã da história em “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...”. A menina Christiane pôde descobrir isso muito cedo. Tendo saído de sua casa numa região rural ainda criança, a menina passa a morar na capital da Alemanha, Berlim, em um enorme grupo habitacional de edifícios chamado Conjunto Gropius. É lá que ela encara centenas de placas de “Proibido”, um pai que vive lhe deixando hematomas e uma mãe omissa a todos os seus problemas. Querendo incluir-se em um grupo de pessoas que sempre admirou, já aos 12 anos, Christiane F. começa sua jornada pelo mundo da maconha, LSD, drogas farmacêuticas e até da temida heroína. A garota recorre a pessoas e lugares que a levam cada vez mais a “se livrar” de seus problemas se entupindo de drogas. Até o momento que se encontra presa e confusa entre o desejo de sair da vida que a empurra para o seu túmulo e a vontade monstruosa de se picar com a heroína que não demora a torná-la uma dependente.
A história verídica de Christiane se passa na Alemanha na década de 1970 quando o problema com mortes por overdose é alarmante para o povo e o governo. A história é contada em primeira pessoa com relatos totalmente verdadeiros da menina que aos 13 anos já era uma dependente química, se prostituía para se drogar e era levada com certa frequência a cadeia. “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída...” é um livro forte que marcou uma época, é um clássico do gênero. É uma história sobre juventude, drogas, infância perdida, autodestruição e, sobretudo, sobre a realidade.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Vermelho-cereja como o leito da rameira"




Assim cantavam os garotos enquanto corriam atrás da jovem May nas ruelas das cidades inglesas em 1680. A música era uma sátira obscena que divertia a garota pronta pra mais uma de suas aventuras sexuais que encheria seu pai e sua irmã de vergonha. May Powers era assim. Bonita, sensual e inconsequente, muito diferente de sua irmã Hannah Powers, tímida, inteligente e dotada dos ensinamentos de medicina proibidos a uma garota graças ao seu viúvo pai médico, Daniel.
Mas o destino das meninas estão repletos de desgraças e mistérios e só vão descobrir isso depois que seu pai consegue um noivo no Novo Mundo - A América - que se case com May. Já uma mulher ela parte com esperanças de reconstruir sua reputação e constituir uma família enquanto deixa seu velho pai e irmã na Europa.
Finalmente quando Daniel morre, Hannah parte para reencontrar sua irmã. Mas, ao chegar na fazenda da família, só encontra uma terra abandonada e um caçador solitário: Gabriel, o viúvo de sua irmã. Sim, May está morta e sua morte é repleta de segredos. Confusa entre o sentimento pela sua falecida irmã e o amor que começa a brotar por Gabriel, Hannah vai tentar desvendar o misterioso homem que ama para descobrir a verdade. Sua irmã teria realmente morrido no parto? Sua infidelidade certa poderia ter causado o ódio de Gabriel?
Neste romance, que possui as terras do Novo Mundo como cenário, o suspense envolve o leitor até o fim. Ponto de Fuga: vale a pena conferir!